sábado, 26 de junho de 2010


Finalmente mais um final de semestre vem se aproximando. Só quem vive ou já viveu a vida acadêmica sabe do que estou falando. É uma infinidade de provas, trabalhos, apresentações, resenhas que vão ajudando a desrosquear mais ainda meus parafusos que já nem estão mais tão presos assim. Quando isto vai chegando no final uma sensação de dever cumprido vem tomando conta do meu ser, mais uma etapa se foi e agora falta pouco.

Na última semana tivemos, meus colegas e eu, o encerramento da disciplina de Clínica Analítica Institucional. As colegas responsáveis pela última apresentação do grupo fizeram uma atividade muito bem pensada para simbolizar o fechamento deste ciclo. Na verdade ainda não se encerrou, porque na próxima quinta-feira ainda teremos prova (esta que está me tirando o sono agora...).

Quando chegamos neste período da graduação temos muita necessidade de saber como se dá TUDO mesmo. Acho que temos a tendência de querer dominar este universo, pois a data da formatura se aproxima e queremos entender o que estamos fazendo, ou o que não estamos fazendo. Foi neste espírito que no primeiro dia de aula um colega questionou ao professor qual era a funcionalidade desta disciplina da nossa futura vida profissional, pois já no primeiro contato se percebe que a aula teria bastante teoria e pouca prática. Ficou gravada na minha memória a frase do professor Fábio Moraes que disse que a Clínica Analítica Institucional era a clínica sem as paredes do consultório. Entendi que o mundo todo é uma grande clínica, aí pronto, comecei a psicologizar mais ainda.

Aprendemos muito, muito mesmo nesta disciplina. Se tornou um curso gostoso, uma manhã de trocas mútuas. O 'prof' Fábio dá medo, é verdade...o nome dele dentro da Universidade tem toda uma mística...se sabe que ele é muito exigente, que cobra bastante dos seus alunos. Mas na verdade ele que está certo!

Somos movidos pela exigência externa. Seguindo a conhecida ideia de Darwin, quanto mais o mundo me exige, mas eu me esforço para alcançar o que eu quero...No caso das girafas, elas queriam as folhas mais altas das árvores, e eu quero ser uma boa psicóloga, a melhor que eu conseguir. Aí me pergunto: se a minha exigência externa é tirar 6,0 para ser aprovada, porque eu vou fazer mais do que isso?! Um dia me dei conta desta triste realidade, e vi que eu não fugia a regra...Percebi que se tiro sempre o que preciso para passar, certamente serei uma profissional média 6,0, e certamente isto não é o que eu quero. Minha média aí mudou, agora é 8,0!!

Somos acostumados a viver na média...vivemos nesta mentalidade desde sempre...E é por isso que esta disciplina se destaca na minha vida acadêmica, porque o professor vem para nos fazer pensar, para nos tirar da média, e não simplesmente para nos aprovar.

Aprendi muito sobre a filosofia do Giacóia, entendi um pouco melhor as ideias de Nietzsche...Entendi finalmente o que é o Fora e o Dentro de Peter Pál Pelbart,(Isso sem dúvida é uma loucura), me aproximei da loucura e vi o quanto está perto de mim, senti meu corpo e entendi que é nele que se manifesta todo o inconsciente, o meu e o de fora...(sim! o de fora!!). Penso que esta foi mais uma atividade que contará muito para minha atividade profissional, e como é importante saber "misturar" todos estes conhecimentos para formar uma bela obra final.
A imagem que está acima traduz exatamente isto. Esta foi a atividade proposta pelas colegas para o encerramento das atividades: montamos este quadro com vários tipos de linhas onde cada colega tecia um pouco e ao final o professor foi presenteado com ele. Este quadro traduz este emaranhado de conhecimentos.

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